quinta-feira, 26 de abril de 2012

Learn to Fly

Primeiro gostaria de dizer que propus a mim mesma intitular todos os posts desse blog com uma música do Foo Fighters que tenha relação com o tema abordado. E não me venham com perguntas imbecis do tipo "você é fã da banda?".  Pois bem, vamos ao que interessa!


Não sei se é só comigo, mas depois que decidi com toda firmeza de uma gelatina que iria fazer esse intercâmbio, me tornei o Pato Wendy. Pra quem não se lembra do desenho, o pato em questão era um cagalhão morria de medo de tudo, inclusive do medo. Eu devo confessar que auto-confiança nunca foi um problema pra mim, mas depois que decidi ser Au Pair, manolada, passei a ter surtos de medo quanto a minha capacidade de aguentar o tranco que será morar 1 ano (quiçá 2) em outro país, longe de tudo e de todos que conheço.





Todo santo dia fico pensando em como será estranho morar com estranhos (nos dois contextos), em quantas vezes eu vou pensar "que caralhas eu vim fazer aqui?", se eu desistirei no meio do caminho, se meu Application está ruim, se as famílias vão gostar de mim, se eu vou travar no inglês na hora do Skype ou da conversa por telefone e só conseguir pronunciar a palavra potato, se eu vou ficar cansada de só ouvir e falar e escrever em inglês, se o avião vai cair, se vou ficar num lugar que tem terremoto ou tornados, se vou bater um carro que não é meu, se as crianças se machucarem enquanto estão sob minha responsabilidade, se eu vou entrar em rematch porque a família não me achou boa o suficiente pra eles, se eu não conseguir aguentar a dor de dar tchau pra minha vidinha e pra minha família e ter um infarto do miocárdio e um AVC em Cumbica mesmo, se eu ou alguém que amo se adoentar enquanto estou morando lá, se acontecer um golpe de estado no Brasil e eu ficar morando no JFK até ser repatriada, se eu pegar uma DST ou qualquer outra coisa que eu com certeza já imaginei ou estou prestes a fazê-lo.


A grande verdade é que toda decisão importante que tomamos na vida nos dá e nos tira muitas coisas e algumas dores são extremamente necessárias para que possamos crescer e viver melhor ali na frente. Medo todos nós sentimos, mas o que nos difere de todas as outras pessoas é que ao invés de sentarmos no troninho, vestimos nossas Pampers (ou Huggies) e vamos em frente.




Bye bye, fellas! ;)

"Make my way back home when I learn to fly high"

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Long Road To Ruin

Confesso que declarei praticamente encerrado todo e qualquer pensamento sobre o mundo auperiano depois de ter assistido a palestra obrigatória da Cultural Care. Pra quem já sabe como toca a banda, a palestra só serve pra ficar com raiva da interlocutora, especialmente se você tinha coisas mais importantes pra fazer, como dormir. Na verdade a palestra teve sim alguma valia. Pra mim a palestra serviu para ter um pequeno feedback sobre o que a agência quer de você, o que ela pode te oferecer e no que ela quer que você acredite.

Ainda acho que a Cultural Care é a agência que oferece as melhores condições de viagem por um preço justo, mas ainda assim está longe de ser ultra transparente. O calcanhar de Aquiles de toda agência que oferece o Au Pair é que nenhuma delas informa que você terá que arcar com um monte de despesas extras referentes ao programa, como imposto de renda do período em que estiver domiciliada nos Estados Unidos. Enfim, existem alguns detalhes técnicos que deveriam ser explicados, mas as agências preferem deixar que você descubra depois que aterrissou na terra prometida pelo capeta. Confesso que no hiato entre esse post e o anterior, eu dei uma surtada filha da fruta com o que estavam falando sobre o campus da St. John's University, onde é realizada a semana de treinamento das Au Pairs da Cultural Care. Cheguei a me inscrever na APIA (Au Pair in America) pra começar a preencher o application deles, mas depois que vi com meus próprios olhos que os banheiros do campus não eram o horror que estavam falando, sosseguei a periquita e continuei a minha jornada de perguntas e respostas com a menina que é a agente responsável por mim na Cultural Care.

A todo momento eles deixam claro que você deve ser o mais flexível possível quanto a horários, liberdade e todo o mais que a família possa querer estipular. Mas mais do que isso, as agências quase que aconselham você a mentir e se mostrar como a Au Pair virgem que você definitivamente não é. A mocinha (bem mais nova que eu) que ministrou a palestra enfatizou umas 30 vezes o que as famílias poderiam não gostar, mas nunca falou sobre o que você também pode não gostar da família. E é aqui se aplica aquela lei do bom senso, pra ambos os lados.

O que pude sentir é que as coisas funcionam exatamente como algumas meninas falam, a agência sempre vai priorizar a Host Family. Vá com isso na cabeça. Escolha sua família como se não tivesse nenhum apoio quando estiver lá, pois talvez você não tenha mesmo.

Bye bye, fellas!

;)